Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, com a alva, é certa;
e Ele nós virá como a chuva, como a chuva serôdia que rega a terra.
Oséias 6 : 3

23 de agosto de 2011

QUANTO VALE UMA CRUZ?


Tendenciosamente mal, o Homem, ainda escravo de uma herança primeva, que fora o pecado adâmico, e que assolou toda a Humanidade, sabe que o acesso à restauração plena de si, no plano da Criação, é o reconhecimento indelével do Cristo crucificado, morto e ressuscitado, em sua vida, através do advento da conversão. No entanto, a compreensão míope das pessoas acerca do advento do Cristo Jesus como elemento redentor, apresentado nos evangelhos dito novos, é o movél, em desvio singular, na atualidade, e que, lamentavelmente, faz parte da conduta descompromissada, equivocada, e, em última análise, comprometedora das pessoas que não se comportam à altura do Filho de Deus, que tivera a pior morte que um ser humano poderia ter tido.

Destarte, o desnível entre o episódio crístico, que fora a morte injusta do Messias na cruz, representando, para além do cumprimento das diversas profecias, o fim da era do pecado, e a falta da prática de muitos, que se proclamam cristãos, nos dias atuais, e que, irreverentemente, não dão a devida importância para o sacrifício do Homem sem pecado no Calvário, no lugar da Humanidade, assombra aqueles que sabem o real significado da palavra escândalo e das admoestações bíblicas sobre a apostasia, a conduta ilícita, a perversão dos princípios, e, finalmente, da aparência do Mal, que ainda tenta triunfar sobre o Bem.

Ter fé é ter consciência de que os valores espirituais, que o Homem herdou nos tempos da Graça, com a consolação do Espírito Santo, não devem ser jamais corrompidos; caso contrário, os cristãos perderão o direito de serem os legítimos guardiães, vigilantes, e, em última instância, as sentinelas vivas da palavra de Deus, no reino estabelecido no mundo e no paraíso renovado nos céus.

14 de agosto de 2011

A BUSCA DA SANTIDADE




"Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus.
Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra;
Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus."  
                                                                                                   Colossenses 3 : 1 - 3.


As palavras do apóstolo São Paulo, dirigidas aos Colossenses, impressionam, sobremaneira, aos leitores das Escrituras Sagradas pela reflexão que aquele protagonizou, à época, pela exortação feita àquele público, e, conseqüentemente, pela extensão daquela aos dias atuais, em que a Graça parece dar sinais nítidos de que seu tempo está no fim.

São Paulo, ao exortar os cristãos naquele momento, e de forma contundente, objetivou sua mensagem no evento que compreendeu a morte e a ressurreição de Jesus Cristo, já prenunciada pelas escrituras. Assim, a divindade que tomou a forma humana, morreu crucificada, e ressuscitou três dias após sua injusta execução, cumprindo a profecia messiânica, vaticinada pelo profeta Isaías, há, aproximadamente, 700 anos atrás, representa, para os cristãos que se converteram e para aqueles que ainda ouvirão as Boas Novas, no milênio, a morte individual de cada um, através de um sacrifício singular, e a ressurreição, em vida, para gozar dos direitos inalienáveis do Reino, estabelecido na terra.

Na conversão, o reconhecimento, a redenção e o devido aceite de Jesus Cristo, como único e suficiente salvador na vida da criatura, garantem, de imediato, a passagem  do plano terreno para o plano espiritual. Assim, não mais consideradas como criaturas, mas filhos do Criador, homens e mulheres podem ser, com efeito, chamados de cristãos, na acepção mais genuína do termo.

A morte em vida, um paradoxo aparente, na trajetória do cristão, não significa dor, tragédia, e tampouco desgraça, pois esta última está sobre aqueles que não aceitam, desconhecem, ou que, por vontade própria, preferem viver no mundo sob o estado de liberdade inegociável, recusando, repulsiva e compulsoriamente, o Plano da Salvação, para a tristeza de Deus. Ao contrário: morrer em vida é morrer para este mundo, que está sob a esfera da malignidade e corrompido pela herança maldita, que fora o pecado adâmico. Logo, ao morrer em vida, o cristão verdadeiro inclui, em seu vocabulário diário, a palavra RENÚNCIA. Este é o sacrifício singular, referido nesta breve reflexão. A renúncia, para o cristão, é sinônimo pleno de consciência; da consciência cristalina de que as coisas dessa terra e desse mundo não pertencem mais à sua realidade, pois são ilusórias, efêmeras, e, portanto, não assegurarão um lugar na Eternidade, ao lado do Pai. Tais coisas, sem delongas, são, incontestavelmente, o passaporte para o inferno.

Uma vez ressuscitado pela consciência, e tendo a certeza de que este mundo se desmoronou juntamente com seu passado de velha criatura,  o cristão, sob o estado da Graça, que superabunda e solidifica a fé, migra da cegueira atlântica, que o acometia, antes de conhecer a Jesus Cristo, para a visão espiritual completa, cujos olhos contemplam o Reino de Deus, aqui na terra, até o dia do arrebatamento da igreja ou o dia do juízo, em que todos os cristãos, definitivamente, viverão na Nova Jerusalém.

Ao ingressarem no Reino do Senhor, que prega o amor, a justiça, a paz; e toda sorte de virtudes, que emanam do Espírito Santo, os cristãos têm a certeza imbatível de que, mortificados em Cristo, esses têm suas vidas escondidas, guardadas, protegidas e preservadas na rocha, que é o próprio Jesus Cristo. Este nome, sim, é a senha de acesso infalível para adentrar o Paraíso, e a única sentinela do assento de todos os cristãos, que, um dia, estarão sentados, todos juntos, à direita do Altíssimo nos céus.

Pensar nas coisas de cima é um apelo profético ao desprendimento de tudo aquilo que é terreno, do que é material e de todas as coisas que vilipendiam o Homem, seja em prisões espirituais, seja em grilhões carnais, onde a pseudoliberdade, em sua essência, não passa de uma jaula eterna e mortificante, sem qualquer direito à escolha. A aparente liberdade é a encarnação do próprio vício, da corrupção e da degradação daquele sobre a terra. É, em última análise, a cruz invertida, que não fere a carne, mas que sangra a alma, tragando-a para o abismo sem fim.

A intimidade com o Pai, através da vida de seu filho - Cristo, o Messias -, timbra a vida do cristão com a marca inconfundível da liberdade que aquele tem em relação às coisas do mundo. Neste sentido, o verdadeiro cristão, para viver uma vida de santidade, segundo a exortação paulina, deve apartar-se do mundo para que possa herdar o direito legítimo à vida eterna, e se transformar em pássaro de luz; arauto das Boas Novas, vindas céus. 

Da morte à ressurreição, da consciência sobre o verdadeiro sentido das coisas do Alto à renúncia de uma vida desmedida, o ensinamento paulino versa sobre a busca da santidade; e esta última é somente alcançada quando o cristão permite, em instância final, que Jesus Cristo entre em seu coração e reine soberano como Nosso Senhor.